Sexta-feira, 22 de Fevereiro de 2008

A SAGA DO PREMIO GOYA CARLOS DO CARMO

Mais uma vez, ao contrário do que diz o Sr. Charmoso, manter e respeitar as origens e tradições do fado não é mumificá-lo! É mantê-lo vivo, eterno e português! O fado tradicional é como o mar! O mar deve ter os milénios que tem a terra; mas, nem por isso deixa de ser contemporâneo. O mar, começou por ser conquistado pelo homem com troncos de árvores! Depois, mudaram-se os tempos e surgiram as caravelas! Como o tempo não pára, já vamos nos porta-aviões! Mas, o mar, ainda é o mesmo velho e contemporâneo!
Com o Fado é exactamente a mesma coisa! Todos os fados tradicionais são velhos e eternamente contemporâneos! Estes fados, começaram por ser conquistados pelos povo com a chamada “poesia de cordel”; depois surgiram outros tempos, outros poetas e compositores populares que deram ao fado as “caravelas” e agora, já vamos nos tais porta-aviões sem ser preciso mudar de mar! Portanto, façam “novos barcos” para o “mar dos fados”!
Por alma de quem, é que alguém fica mumificado ou mumifica o fado, se continuar o resto da vida a cantar todos os poemas que lhe surgirem próprios para fado, nos fados tradicionais? A contradição do “fadista louco” é de tal maneira constante que o que eu acabo de dizer, é exactamente o que ele acaba de fazer com o seu último disco – “À Noite”! Gravou “barcos novos” em fados que, segundo ele, já estão cristalizados no tempo! Como não deve nada à inteligência, leva-nos a crer que fez este disco de tradicionais para, em nome do estrangeirismo estúpido e doentio que o destrói, mumificar o fado e os fadistas! Ele nem sequer compreende porque é que o mundo ouve Beethoven, Verdi, Mozart, etc., há já não sei quantos séculos! Será porque o povo é estúpido e retrógrado ou porque cada macaquinho deve estar no seu galho? O fado, tem antecedentes invioláveis na sua estrutura musical popular e poética que o impedem de ser mutilado para ser fado-rap, fado-flamenco, fado-rock ou outra vigarice qualquer. O Fado é auto-suficiente. O Fado tem vida própria; o Fado é único no mundo. O que acontece é que o “embaixador” do Sr. Santana Lopes, na realidade, não gosta de fado; e, por isso, tenta levá-lo para um patamar que a ele lhe parece superior, para se sentir superior, sem perceber que esse patamar não é o do fado e, por consequência, o Sr. “embaixador” leva a vida a cair, a dar tombos desse patamar. Qualquer dia, vão chamar-lhe a “Torre do Tombo”! O “embaixador” não suporta os adjectivos qualificativos que os dicionários da língua portuguesa têm atribuído ao substantivo comum de dois, fadista. Ele só admite ser fadista ao nível de Frank Sinatra; por isso, não dá sessões de fado nem concertos, mas sim, recitais. Quando ele diz que não entende um fado cantado sem alegria, está a dizer a todo o mundo que não percebe nada de fado! Porque, na realidade, não há fado triste nem alegre! Porque o Fado é simplesmente sério! O que pode acontecer em todos os fados, é alguém cantar uma história triste e até sinistra (isto, sobre a estrutura de um fado sobre a qual até se podem cantar fados humorísticos). Portanto, a alegria ou a tristeza no fado emana dos conflitos dos poemas e nunca da sua estrutura musical. Ele diz que Paco de Lucia internacionalizou o flamenco! Quem terá impedido o Sr. Charmoso de ter feito a mesma coisa com o fado? Salazar? Este, já morreu há mais de 40 anos! Então o que é que o Sr. Charmoso tem andado cá a fazer, há 45 anos? Sabe, Sr. “Fadista Louco”, Amália já internacionalizou tudo quanto havia para internacionalizar! Quando ele diz que recebeu críticas violentíssimas por ter gravado “Um Homem na Cidade” insulta os portugueses porque é mentira; ninguém deu a mínima importância a esse disco que, segundo ele, é hoje um dos grandes discos da história do fado. Mas, porque esta afirmação é feita pelo Sr. C. Carmo, passa a ser mentira! O impacto deste disco foi de tal maneira insignificante que até agora no filme “Fados – Saurganhada”, o “pobre” versículo de Alfredo Marceneiro, reduziu o “Homem na Cidade” à sua insignificância. O Sr. C. Carmo não tem a honestidade nem a humildade para dizer aos seus fãs que qualquer artista de qualquer nacionalidade pode cantar qualquer fado desse disco; basta-lhe aprender a melodia e um poema no seu idioma, uma vez que essas melodias são criadas com a mesma espontaneidade com que se criam todas as melodias populares da música ligeira do mundo. O fado tradicional não funciona assim! O fado tradicional não é um acto de canto universal! O fado tradicional é uma ferramenta da qual o cantador se serve na esperança de com ela fazer acontecer o fenómeno Fado! Da mesma maneira, que um cacho de uvas não é vinho, também um fado pode não ser Fado. Um fado, precisa de ser tratado e dominado para resultar em Fado, da mesma forma que o “cacho de uvas” para resultar em champanhe. E, isto só está ao alcance dos fadistas! No fado musicado recente é mais apelativa a voz, a melodia e, sobretudo, a orquestração. Mas, se existe alguma arte popular para cantar fado, pela sua originalidade, é a de cantar Fado Tradicional e não a de cantar fado-canção. Essa mania doentia de que o Fado tem de ser internacionalizado, só faz ninho em cabeças ocas. Os Blues, quem os quiser ver e ouvir na sua máxima plenitude e verdade, terá de ir a New Orleans. Basta que se faça o mesmo com o fado para o manter internacionalizado! Quando ele pergunta: “Qual é o problema de haver um rapper a homenagear Alfredo Marceneiro?” logicamente que não é nenhum. Toda a gente tem o direito de homenagear quem quiser. Só que, como é hábito do Sr. Charmoso, está a esquecer-se (como lhe convém) que andou a dizer ao mundo que o filme onde se faz essa homenagem “é uma visão do Sr. Saura sobre o Fado!” Ora, o que isto quer dizer, é que rap, por mutilação, misturado com fado também pode ser mais uma vertente fadista. Como de costume, isto é mentira. Essa homenagem, é o mesmo que um grupo de criadores de porcos resolver homenagear um toureiro! Claro, que não tem mal nenhum, desde que essa homenagem não pretenda meter na cabeça das pessoas que criar porcos é mais uma vertente da tauromaquia! Isto, com todo o respeito que me merecem os criadores de porcos. Que necessidade terá este pobre de Cristo de dizer tantas baboseiras? E, de dizer, sem querer dizer, que Marceneiro era um músico de jazz? Será para os herdeiros de Marceneiro lhe perdoarem o roubo do prémio Goya? Ou será, porque alguma vez, Alfredo Marceneiro tocou “jaxofone” no Faia? Porque é que ele não diz simplesmente que Marceneiro foi o expoente máximo do fado (no masculino) do último século, como actor “cegadas”, cantador e compositor? Por alma de quem é que o Sr. C. Carmo resolve arcar com uma responsabilidade fadista que ninguém lhe atribuiu e que não é mais nem menos que a mesma responsabilidade que cabe a cada fadista? Será por ser filho de uma cantadeira de fado? Então, qual será a responsabilidade de Vítor Marceneiro que até já é neto do maior cantador de fado do século passado? Mas, que palhaçada vem a ser esta? Farto-me de rir, quando o Sr. Mentiroso tem a lata de falar de debates, alegando que [b]“são sempre interessantes, úteis e vivos”. Onde e quando é que ele realizou esses debates? Onde e com quem é que ele debateu a vigarice dos prémios Goya? Onde e com quem é que ele debateu a burla cultural e financeira que é o filme “Fados – Saurganhada”? Onde e com quem é que ele debateu a compra do espólio discográfico, a um inglês que não tinha mais ninguém a quem o vender e que mesmo assim, nos custou uma fortuna? Que interesse terá para a Unesco este espólio, se o Sr. Charmoso anda a fazer um, muito mais valioso, misturando fado com rap, com flamenco, com rock, etc., etc.? Porque no te callas?[/b]A Bem da Nação Fadista
Palavras da Salvação
Fernando Zeloso
publicado por luciobamond às 13:18
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